Administração

Você sabia que em toda paróquia há que haver dois importantes Conselhos, cuja função é decidir, juntamente com o pároco, tudo o que vai ser feito na mesma? Ao contrário do que muita gente pensa, não é o pároco, sozinho, que decide tudo. Por se tratar de uma comunidade, e, sobre tudo, de uma Instituição Jurídica, as decisões têm que ser submetidas a esses dois Conselhos. Um que trata dos assuntos pastorais o (CPP) e o outro que responde pela parte administrativa e financeira o (CAEP)

 

A bíblia fala sobre os conselhos?

Êxodo 18,13-27: Moisés organiza o povo em grupos para melhor conduzir a convivência entre as pessoas e a sociedade.

Números 11,24-30: O Senhor retira um pouco do espírito de Moisés e o reparte entre os setenta anciãos do povo.

Marcos: 3,13-19: Jesus forma o grupo dos Doze Apóstolos.

Atos 1,21-26: Pedro pede a comunidade para escolher o substituto de Judas, o traidor.

Atos 15,6-29: os apóstolos e os anciãos de Jerusalém se reúnem em conselho para resolver sérios problemas da Igreja primitiva.

 

Enfim, toda a obra evangelizadora de Jesus Cristo foi feita na unidade com seus discípulos. Nas comunidades primitivas, tudo era comum entre os fiéis, também o trabalho da missão. Paulo deixa em cada comunidade um grupo de pessoas que continuava a sua obra evangelizadora.

O CPP é um grupo de homens e mulheres, casados, solteiros, jovens, religiosos (as) que assume, junto com o (s) padre (s) da paróquia, a condução da comunidade paroquial.

 Quem tem o direito de autorizar as paróquias de uma diocese (arquidiocese) a constituir o CPP é o Bispo diocesano (arquidiocesano) que, para tanto, ouve o Conselho Presbiteral (veja "Código de Direito Canônico" Cân536. §1).
Os membros do CPP são escolhidos segundo o modo indicado pelo Bispo diocesano (arquidiocesano). (Confira "Código de Direito Canônico" Cân512. §1).
Podem participar do CPP todos aqueles que têm o cuidado pastoral paroquial (líderes, agentes de pastoral, coordenadores de movimentos e pastorais, representante dos religiosos e religiosas, mais o(s) padre(s) da paróquia.
O CPP tem como área de competência os assuntos de pastoral.
O CPP tem como finalidades:

  1. O cuidado com o planejamento, a execução e a avaliação das resoluções e compromissos assumidos na Assembleia Paroquial;
  2. O acompanhamento de toda a vida pastoral da comunidade paroquial; e
  3. O zelo pela unidade na caminhada pastoral da paróquia.

 O CPP tem como uma de suas tarefas mais importantes, a realização da Assembleia Paroquial.
O CPP tem a sua razão de ser no fato de a Igreja ser toda ela ministerial, ou seja, todos os batizados, sem exceção, são chamados a participar ativamente da missão da Igreja (consulte o documento 20 da CNBB, números 117 a 158).

O CPP é essencial à vida de uma paróquia, porque é através dele que a comunidade, direta e indiretamente, assume o compromisso cristão, compromisso este oriundo do batismo e da confirmação.
O CPP é um órgão tanto de reflexão e planejamento como de ação. Sua principal missão, contudo, é levar a comunidade paroquial a assumir a fé de forma concreta, sempre a partir das decisões tomadas na Assembleia Paroquial.

O CPP não é o "dono" da paróquia, nem "manda" nela, mas antes está a seu serviço, sendo instrumento de comunhão e participação.
Nem o CPP "manda" no padre, nem o padre "manda" no CPP. Padre e CPP devem caminhar juntos, tendo em comum àquela que é a primeira tarefa de ambos: o serviço à comunidade.
Quem preside o CPP é o pároco.

 Os membros da comunidade paroquial podem participar das reuniões do CPP de dois modos, a saber:

  1. Levando ao conhecimento do seu presidente (o pároco) o (s) assunto (s) que gostaria de ver tratado (s) nas reuniões;
  2. Sendo convidado para tomar parte, de forma extraordinária, de uma ou mais reuniões do mesmo.
    Cabe ao Bispo (Arcebispo) diocesano (Arquidiocesano), depois de ouvir o Conselho Presbiteral, definir de quanto em quanto tempo o CPP deve ser renovado. É prática, no Brasil, que essa renovação se dê de dois em dois anos.

A sigla CAEP significa Conselho para Assuntos Econômicos da Paróquia. Tal conselho deve ser constituído de membros participantes da comunidade paroquial que podem ser indicados pela comunidade, porém, tem que ser aprovado pelo pároco e pelo Bispo. Esse conselho tem por finalidade colaborar com o pároco na administração dos bens da paróquia, como pede o Direito Canônico (Cân.537). Alguns podem perguntar o porquê da existência do mesmo. A constituição na paróquia do Conselho para Assuntos Econômicos é obrigatória por determinação canônica e o mesmo deve ser distinto do CPP. Há um documento que rege esse Conselho, o Regimento do CAEP, do CPP, e tudo o que é feito na paróquia deve estar em consonância com esse Regimento.

A função do CAEP é cuidar do patrimônio da paróquia, inclusive do patrimônio das capelas, e administrá-los de acordo com as orientações da Diocese contidas no Regimento do mesmo. Além disso, o CAEP é responsável também pelo quadro de funcionários da paróquia. Constitui patrimônio da paróquia os bens moveis e imóveis adquiridos com recursos da Diocese ou da paróquia ou a ela doados (cân. 1257). O patrimônio paroquia é administrado pelo pároco, em nome da Autoridade Diocesana, com a colaboração do CAEP.

O CAEP deve ser composto por três membros, no mínimo, e cinco, máximo, contando com o pároco que é o seu presidente. Todos devem ter formação e pratica religiosa e serem competentes em assuntos de administração e merecedores da confiança do pároco e da comunidade. Dentre esses membros é escolhido um coordenador, o qual pertencerá de direito ao Conselho de Pastoral Paroquial (CPP). O mandato dos membros do CAEP é de dois anos, podendo ser reconduzidos no todo ou em parte e, ao término dos dois anos podem ser renovados por mais dois, não mais que isso. Esse tempo pode variar de acordo com cada Diocese. Vale lembrar que, com a mudança de pároco cessam os mandatos. O novo pároco poderá readmiti-los na função ou formar uma nova equipe.

Documento: Procure elaborar um regimento para o Conselho Econômico de sua Paróquia, de acordo com as orientações da sua diocese. Ele deve ser o referencial para as ações, no âacirc;mbito administrativo e financeiro, de toda a paróquia. Depois de pronto, submeta-o a apreciação do Bispo.

Cumprimento: Cumpra, rigorosamente, as orientações e normas desse regimento. Isso favorecerá a administração paroquial e dará segurança no agir do pároco ou de quem faz a vez dele;

Reuniões: Seja fiel às reuniões desse Conselho e que elas sejam, de preferencia, mensais. Para as mesmas, faça uma pauta, prévia, de todos os assuntos a serem tratados.

Inventário de bens: Faça um inventário exato particularizado dos bens da paróquia. Reveja e atualize o mesmo anualmente. Não esqueça de enviar uma cópia desse inventário para o arquivo da Cúria Diocesana. Empregue um sistema de etiquetas numeradas para catalogar os bens moveis da sua paróquia. Isso ajuda no controle dos mesmos.

Arquivo de documentos: Organize e arquive, devidamente, todos os documentos relativos a bens e valores. Registre em livros e programas apropriados documentos, movimentação financeira e orçamentos de tudo que for feito na paróquia....

José Luiz Garcia


A coordenação de Pastoral é um serviço importantíssimo nas comunidades. A boa coordenação aberta a Deus e as pessoas faz a comunidade prosperar e o Reino de Deus acontecer. 

É um serviço que deve proporcionar prazer e felicidade. Sim a coordenação deve ser mais alegria que sofrimento porque a palavra “evangelho”... Em si, é “boa notícia”, e um coordenador estressado, desanimado ou acomodado, não consegue anunciá-lo bem à comunidade.

O Coordenador Jesus

 Na Bíblia, podemos analisar Jesus coordenador:

  1. João 13, 1-9 (O lava-pés): Jesus Amou seus coordenados ensinando que a coordenação é um serviço à comunidade; o serviço deve ser a marca da comunidade e não a dominação e a servidão. Ensinou que todo trabalho é importante.
  2. Marcos 4, 35-41 (A tempestade acalmada): Jesus vê que na outra margem há gente que precisa dele. No barco, acalma os discípulos para depois ensinar que se ele está presente ninguém perece. Às vezes, parece que Jesus dorme nos dias de hoje... O coordenador acalma, transmite esperança e coragem; mantém o equilíbrio, sem apavorar-se diante das dificuldades.

 Faça uma leitura orante dos evangelhos buscando o Cristo coordenador.

 

O Que faz um coordenador?

  1. Ele inclui as pessoas. O coordenador cristão soma os dons que o grupo possui.
  2. Ele anima e conduz o grupo, nas turbulências (acalmando) e na calmaria (provocando movimentos).
  3. Ele leva o grupo a atingir seus objetivos.
  4. Ele se apresenta para ajudar a resolver os problemas.
  5. Ele delega responsabilidades, tarefas e poderes de decisão.

 

Do que precisa para coordenar bem?


  1. Transitar pelo grupo todo, manter diálogo com todos.
  2. Ter uma caminhada comum com o grupo, um bom tempo de participação, para saber o valor das conquistas e o sofrimento dos erros cometidos.

 

  1. Conhecer bem o assunto que coordena e ter noções básicas de outros assuntos ligados ao que coordena.
  2. Saber decidir (pessoas indecisas transmitem insegurança). Após examinar bem a realidade, ouvir os envolvidos e buscar auxílio necessário cabe ao coordenador à decisão sobre a maioria dos assuntos. Os mais importantes, é claro, são decididos pelo grupo.
  3. Ser equilibrado: não estar excessivamente animado ou desanimado; querer tudo hoje e amanhã nada; e controlar os impulsos para manter-se na linha do objetivo traçado pelo grupo. A abertura para o diálogo com o mundo começa pelo diálogo interior
  4. Conhecer seus pontos fortes e fracos: ninguém é perfeito, mas o coordenador será chamado a falar em público, escrever, dialogar, negociar e organizar. Assim, ele deve desenvolver suas aptidões e buscar auxílio para suprir suas limitações.
  5. Observar, ouvir e falar com seu grupo: cada pessoa é importante, cada fato deve ser trabalhado e estudado, como também a realidade (particular e coletiva) nunca deve ser esquecida.
  6. Fazer partilha com outras pastorais: fomos acostumados a resolvermos apenas os problemas do nosso grupo imediato. O coordenador precisa articular-se com outros coordenadores para resolver problemas comuns, sendo verdadeiramente “Igreja de Cristo”.
  7. Fidelidade: afinal, o Reino que buscamos não é meu e nem seu, é de Deus.

 

Coordenar em Equipe

 

A melhor maneira de coordenar se realiza em comunidade, em equipe. Um coordenador que fica no cargo por anos seguidos tende a se desgastar ou a acomodar-se.

A solução é montar a equipe, partindo das necessidades do grupo, criando assessorias (e preparando novos líderes): secretário, assessor de comunicação, de liturgia, de formação, de eventos etc. É preciso dividir tarefas, responsabilidades e autonomia, formando uma "família" que promova reuniões regulares e divida alegrias e desafios. Se o Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda, pequenino, que se torna a maior das árvores, a coordenação deve ser simples, mas com solidez e competência, criando raízes em Jesus Cristo.


Coordenador (a): Reze peça sabedoria, confesse, comungue leia muito, informe-se, cresça! Entregue-se nas mãos de Deus e seja feliz!

 

Fontes: Pe. José Carlos Pereira, CP ;   Revista Unidade. Ano8 - nº42 Jan./Fev.2006 - Diocese de São Carlos